Devo confessar, tornei-me assíduo admirador de seus olhos. Creio desde muito tempo que os olhos refletem  em todo seu esplendor os sentimentos e a alma das pessoas. E quando pude olhar em seus olhos pela primeira vez, perguntei-me o que eu estava fazendo ali, parado e olhando-a como um tonto, quando na verdade meu peito empunhava a espada da liberdade e fazia-me crer que meu único destino era a escuridão, mergulhando no profundo abismo misterioso de seus olhos, buscando conhecê-la mais intensamente e melhor, pois eu estaquei como se não houvesse mais pernas nem braços nem coração. Deixei-me levar pelo impulso, pela magia que suas pálpebras sobre mim lançara. Quisera-me, como Alice, perder-me em devaneios, doar-me de corpo e alma para seus anseios e viver sob a tutela de todo o seu charme, sorvendo em grandes goles o líquido precioso de sua paixão...
Antes de poder atinar em pensamentos mais lúgubres, contudo, ouvi sua voz clamar meu nome e precisei conter meu choro na hora da emoção, pois soou ao meu redor uma voz feminina muito mais bonita do que sonhara um dia poder ouvir. Eram, verdadeiramente, acordes de uma linda canção interestelar, como se toda a energia do universo tivesse sido conjurada para aquele único momento! Seus lábios moviam-se com graciosa frieza ao pronunciar as sílabas de meu nome, e acabei por deixar-me sorrir, infantilmente desarmado, como um bebê que recebe um doce da sua melhor amiga. Aliás, não bastasse todo o carinho que dispensava a mim, abraçou-me forte e senti-me como um ursinho de pelúcia, indefeso diante da admiração que nutria por mim. Então, deixei-me relaxado, aproveitando o êxtase do momento e de certa forma permitindo que meu cérebro cogitasse viver sob seus braços, preso lado a lado com seus cabelos que pude cheirar e acariciar com meu rosto, tornando-me escravo permanente de seus medos, um simples porém amado objeto de ternura. Ah, que doce pensamento! Quem dera eu pudesse ter o dom de transfigurar meu corpo para um pequeno e fofo objeto de prazer, para que pudesse sorver seus prantos quando necessário fosse e compartilhar de suas alegrias quando permitisse a me tocar com suas mãos...

Post escrito por: Rodrigo Rossi 


10 Comentários

  1. Bem profundo, Amei ♥
    Adoro textos assim , que falam de amor.
    Um amor inexplicável, sem limites. *-*
    http://naanyfernandes.blogspot.com.br/

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    1. Somos duas que adoram textos românticos então haha
      Lindo texto né?

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    2. De nada Rodrigo , Sim *-* eu amo textos românticos.

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  2. Adorei, lindo o texto dele *---* ah e adorei o cantinhos também :)

    http://pequenosviciosdiarios.blogspot.com.br/

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    1. Luana, agradeço muito, espero que tenha gostado, logo logo vem mais por ai. E "Blogueiros Reais", obrigado por me deixar divulgar meus textos, amei, sério :3

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    2. Magina Rodrigo, nós que gostaríamos de agradecer por poder divulgar seu lindo texto! Afinal o que é bom tem que ser compartilhado né?

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    3. Concordo com essa sina, o que é bom realmente deve ser compartilhado com o mundo. Mas não acho que eu escreva algo "bom". Apesar disso, fico feliz que tantas meninas tenham comentado e curtido meu trabalho \o/ Obrigado, só o que posso dizer né, palavras vazias e um solitário "obrigado".

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  3. Lindo demais o texto, amei!!
    http://www.momentosassim.com/

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